A Halcyonair diz estranhar a decisão da TACV de vir a público anunciar a sua pretensão de levar a companhia privada a tribunal por causa de uma dívida reconhecida e assumida, que já tem um plano de liquidação.
A dívida, na ordem dos 35 mil contos, de acordo com Gil Évora, remonta a 2008, altura em que a Halcyonair começou a operar. “Quando assumi a direcção da Halcyonair, em Setembro de 2009, reuni-me com a administração e definimos um plano de pagamento. Não foram fáceis as negociações porque a TACV queria o pagamento de prestações elevadas. Acabamos por fixar um pagamento médio, que devíamos começar a liquidar em Janeiro passado, e só não o fizemos porque entendemos que é mais prioritário trazer o segundo aparelho, com o qual já gastamos mais de um milhão de dólares”, diz Évora.
O DG da Halcyonair explica ainda que, face às dificuldades de tesouraria para suportar os dois compromissos, a empresa enviou uma nota à TACV explicando o que se passava e solicitando um adiamento da cobrança até a chegada do aparelho, que deverá acontecer a 30 de Março. “Fomos surpreendidos com o comunicado da TACV, que fala da dívida e promete recorrer aos tribunais com um pedido de acção de cobrança. O mais estranho é que isso acontece numa altura em que registamos um aumento significativo da nossa taxa de ocupação – aumento de 22% em Janeiro e de 27% em Fevereiro – e temos todos os voos de Março completamente cheios”, assevera.
Para este responsável, este crescimento da Halcyonair pode estar a perturbar a TACV e levou-a a trazer essa questão a público. Aliás, acrescenta, não é ético e nem habitual entre companhias aéreas o tratamento de questões na praça pública. “Não temos notícia de nenhuma companhia aérea vir a público ameaçar outra com tribunal. Se querem avançar para o tribunal é um direito da empresa, agora não fica bem trazer o assunto à comunicação social. E é preciso dizer que, apesar da dívida, a Halcyonair e a TACV cooperam em vários sectores”.
Asemanaonline tentou ouvir a direcção comercial e o departamento de marketing da TACV sobre o assunto, mas tal foi impossível. Entretanto, num comunicado da companhia aérea de bandeira a que tivemos acesso, esta confirma a existência de “uma dívida de mais de 35 mil contos, sendo cerca de 32 referentes à prestação de serviços de Handling e o restante de serviços de manutenção”.
De acordo com a TACV, o “calote” da Halcyonair se arrasta desde Julho de 2008, início da gestão da actual Administração da empresa. "A Halcyonair não cumpriu até então as várias promessas de liquidação, não tendo respeitado nenhum dos acordos de pagamento faseado que foram negociados entre as Direcções Financeiras das duas companhias”, refere ainda o comunicado.
O documento termina dizendo que “a TACV, vai recorrer aos tribunais, de modo a proceder à cobrança, de acordo com a lei, e com a brevidade possível”.
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